Roberto Luis Castro:
40 Anos Construindo o Som

Cartaz elaborado pela equipe pedagógica local para divulgação de um dos primeiros workshops ministrados por Roberto Luis Castro no Rio de Janeiro

(1985: iniciava-se a trajetória de multiplicação da proposta de construção de instrumentos como processo educativo. O cartaz foi elaborado pela equipe pedagógica local para divulgação de um dos primeiros workshops ministrados por Roberto Luis Castro no Rio de Janeiro).

Os instrumentos musicais integram as culturas existentes em diferentes regiões e são encontrados em todo o mundo, numa variedade e diversificação difíceis de catalogar. Por trás desses instrumentos existe sempre um artesão, um “lutier”, um construtor, um homem ou mulher que se dedica a essa “especialidade” do fazer humano.

Excetuando-se os escassos cursos de Luteria existentes, (instrumentos de cordas) o aprendizado da construção de instrumentos se dá através da transmissão direta da experiência de quem desenvolveu essa arte, ou dos processos de erro e acerto, pesquisa, observação, para os quais alguma habilidade e a predisposição são extremamente necessárias como pré-requisitos.

A Luteria (ou Lutieria) envolve técnicas e processos específicos na produção de instrumentos musicais cordofones, tais como alaúdes (luth), violinos, violoncelos, violas, violões, guitarras acústicas e elétricas, etc.
Nessa área, o conhecimento foi sistematizado ao longo de séculos e em diversos países, em uma organologia e uma literatura consistentes, que servem de referência para o trabalho e estudo. Alguma margem para a inventividade existe, mas prevalece a tradição, dentro dos critérios daquilo que “funciona”, pois já foi testado e aperfeiçoado por mestres, instrumentistas, compositores.

Em outras especialidades construtivas, tais como a área de aerofones (instrumentos de sopro) e a dos diversos instrumentos de percussão (idiofones, membranofones, etc.) o quadro não é o mesmo.

A minha experiência pessoal se baseia na observação direta, tendo convivido desde a idade adolescente com instrumentos musicais e com pessoas que a eles se dedicam, quer na execução, quer na construção ou reparo, atividades que exerceram forte influência na minha formação, despertando em mim um grande interesse, além de tocar, produzir sons, compor e escutar música.
Ao longo de muitos anos vividos no ambiente de escolas de música, orquestras, conjuntos instrumentais e interagindo com músicos e com educadores, direcionei meu foco para a atividade de confecção de instrumentos e onde visualizei maior demanda foi precisamente na área da musicalização, o que me conduziu a uma outra vertente, que não a dos “luthier” ou a dos construtores menos ortodoxos, (um caminho aliás atraente, mas de difícil assimilação pela maior parte das pessoas).
Preferi seguir a solicitação que efetivamente percebi como necessidade dos profissionais de educação musical, que era a produção de instrumentos sonoros voltados para o campo pedagógico. Estava eu mesmo envolvido em projetos de arte e educação, cujos sujeitos da aprendizagem, crianças e jovens de comunidades de periferia, constituíam o outro extremo dessa demanda educacional.

Foram muitos catálogos consultados, instrumentos tomados como modelo, interações com profissionais de música e de outras áreas (artesãos, escultores, serralheiros, marceneiros, tanoeiros) tudo isso muito antes do surgimento da Internet, que viria a se constituir minha maior referência.
Tanto a pesquisa, quanto a difusão dos resultados do trabalho (meus produtos, incluindo os instrumentos feitos a partir do reuso de materiais) valem-se da veiculação via rede mundial, incluindo sites, blogs e as próprias mídias sociais (veja links ao final).
Por exemplo: a comercialização dos itens não é feita em lojas, mas na forma de e-commerce, usando o domínio da própria marca (Construindo o Som).

Pessoalmente, sempre defino a minha produção como instrumentos sonoros de média qualidade, com as seguintes características: sonoridade e afinação apuradas; ausência de farpas, cantos vivos, pregos e outros elementos que comprometam o manuseio seguro; acabamento mais próximo possível do natural, valorizando a cor e a textura próprias da madeira e outros materiais; preocupação com a preservação do aparelho auditivo no uso dos instrumentos; ludicidade do objeto, aproximando-se ao máximo do conceito do “brinquedo sonoro”.

Ateliê Construindo o Som
Espaço de Formação Musical – Materiais Sonoros para Musicoterapia e Educação Musical
Roberto Luis Castro

Alguns links:
https://www.construindoosom.com.br/
https://loja.construindoosom.com.br/
http://www.construindoosom.org/
http://culturadigital.br/construindoosom/
https://www.facebook.com/atelieconstruindoosom/